segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Causo
“Vontade”
(Date Sena)

Quando dei por mim já estávamos envolvidos até o pescoço, não sei se foi por insegurança, amor, paixão, tesão ou pelo próprio sexo. Sei que era muito difícil se afastar mais não dava, a química muito forte, a “vontade” de saber como foi o dia e de estar perto era sempre maior que qualquer coisa, deixamos passar as horas, e as responsabilidades do dia no trabalho não se era tão importante, mais estar ali no frio do inverno de 2004 era como se fosse uma coisa tão sublime que nos esquecemos de perceber que somos pessoas comprometidas com a vida de se própria, talvez que essa palavra “vontade” seja o significado de cada coisa que nos atrai. Podemos dizer também que tínhamos todas as desculpas pra nos encontrar naquela casinha simples de onde vieram todas as amarguras e felicidades dessas “Vontades”.
Um dia nos pegamos a dizer coisas do passado de como era nossa infância e o quanto era diferente passear na Disney ou vender picolé na rodoviária, como seria bom ter vivido as coisas sem as maldades dos adultos, mais não foi fácil assim saber que tivemos e vivemos coisas distintas e parecidas, só sei que rimos muito com as brincadeiras de crianças, piadas, filmes, desenhos, adolescência, namoros e musica.
Pode ter sido por isso a “vontade” de estar sempre na necessidade do encontro, de ligar de manhã cedo, ou de inventar coisas inescrupolas como desculpas só pra ficar perto um do outro.
Podemos classificar se isso é gostar, amar, desejar? Só sei que isso é tão sem explicação que não tenho como definir.
A casinha era simples, tinha um portão de madeira com o chão de terra batida onde ela colocava sua bicicleta e trazia o casal de soim, dois macaquinhos lindos cinzas, eu ali com minha casinha com alguns carrapatos de minha cachorra vira-lata com o nome de fofinha e sempre quando ela chegava era uma festa, fofinha adora o pão de sal que ela trazia, que até o pêlo ficou mais bonito.
Será que nos tornamos uma família? Eu, ela e fofinha? É tão difícil controlar essas “vontades” de sentir ela perto de mim, a cada dia que passa, sinto ainda mais a vontade de estar perto dela, mais somos tão distintos um dos outro em mundos diferentes que parecemos pessoas estranhas, mais quando nos encontramos tudo muda, até o tempo retarda, coisas de tolos apaixonados, dia desses pensamos em nos juntar e ela achou que era mais difícil conviver assim, como família mais como amantes sempre se acha mais tempo pra tudo.
Eu filho de um vendedor de cachaça e uma artesã, não teria o conforto suficiente para oferece La, como ela mereci, sou apenas um carpinteiro mal tenho uma coisa certa, e ela uma estudante de medicina com a vida pela frente, acho que ela não aceitaria essa convivência.
Voltando a falar da tal “vontade”, mais que diabo de querer bem é esse? Sempre quando passamos por essas coisas pareci que ficamos mais burros, e com mais experiência, toda vez é assim, conhecemos, ficamos, namoramos e... Alguns quebram a cara, outros se amarram e poucos vivem na “vontade”, o pior é desfazer tudo, os planos, a rotina diária ou satisfações a desejar.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011


"Caminhada"

(Date Sena)
dedico essa poesia a história de meus pais  

 
Venha, traga essa vontade
Venha, abra essa metade
Venha caminhar

Vou esperar por teus lábios
Vou te mostrar que é assim
Sempre por perto
Meu porto seguro
Meu peito aberto

Venha caminhar
De passos contados
De olhos vendados
De confiança à mão
De destino a direção

Venha caminhar
Nessa estrada árdua
Nessa vida tão pura
Nesse plural de cores
Nesse mar que tua falta me faz

Mão na mão
Dois em uma só sombra
Sem saber até quando.